terça-feira, 14 de junho de 2011

O ESPELHO TEM DUAS FACES - RESUMO PEDAGÓGICO

Acadêmico: Vilson Arruda Filho

UFRGS - REGESD
Disciplina: Práticas Pedagógicas no Ensino de Biologia

FILME: O ESPELHO TEM DUAS FACES
Introdução:
O filme “O Espelho Tem Duas Faces” apresentado, em 1996, pela Tristar Pictures tem uma duração de 126min.
Produção: de Arnold Milchan/Barwood.
Direção: Barbra.

Categoria: romance/comédia.



Resumo:
O enredo mostra a presença de Gregory (Jeff Bridges) como professor universitário de matemática. Homem desiludido com as relações de afeto, e decidido não querer envolvimento emocional, mas apenas encontrar alguém que lhe faça companhia. É na figura da personagem – professora de literatura - Rose (Barbra Streisand) que se trava um envolvimento inicial apenas intelectual.
Analisando o filme observo que a vida do professor Gregory antes de conhecer a professora Rose encontra-se imersa em um mundo basicamente racional, o que lhe leva a dificuldades de interlocução nos seus relacionamentos sociais. Sua timidez é a marca notável, e sua aparência é vista por outros como um tolo. Ele ostenta uma farta admiração pelo seu desempenho matemático frente aos alunos. É tido como exibicionista, gerando um ambiente de aprendizagem apático e disperso.
No entanto, eis que surge em sua vida a paixão pela professora Rose que lhe leva a outros modos de comportamento.
Rose, por sua vez, também está precisando desesperadamente de um daqueles romances maravilhosos.
O filme apresenta uma reflexão sobre a formalidade da sala de aula com um tema fértil para pensar a metodologia pedagógica e a didática, articulando a prática com as teorias educacionais.
Num dos trechos apresentado a professora Rose tenta como docente mostrar ao professor tradicional as suas falhas em sala de aula que provocam desânimo nos alunos. Falhas essas muito comuns na grande maioria dos professores que se acostumaram a dar aulas a si próprios, e não dividir seu conhecimento com os alunos, bem como não orientar o esquema de estudo.
O filme é bastante elucidativo e caracteriza bem os saberes educacionais, mostrando que Rose em suas aulas consegue prender a atenção de seus alunos, apresentando a realidade do dia-a-dia dentro da sala de aula. Ao se envolver com o professor de matemática Gregory (Jeff Bridges), ela consegue modificar a sua atuação, após questionar a atuação dele na sala de aula, mostrando que os seus alunos são meros receptores desmotivados, em situações inovadoras e participativas.
Atualmente, os professores Licenciados em Biologia devem estar atentos ao “pensar” na profissão de professor, pois o educador deve pensar com a vida, com a vida que viveu e com o olhar no hoje e no agora. O professor de Bilogia além de ensinar prá vida, também ensina a vida do ser vivo no ecossistema. As competências devem ser voltadas para a realidade do aluno e transformar as suas dificuldades numa festa.
Para isso o educador deve pensar em sua história de vida global, em todos os seus aspectos, ultrapassando o ponto de vista epistemológico. O educador a partir deste século, não é apenas um sujeito epistêmico, mas um sujeito existencial e estrategista que deve se caracterizar como um "ser-no-mundo", uma pessoa comprometida com sua visão histórica pessoal, familiar, escolar, social, que lhe harmoniza um alicerce de confiança, a partir do qual ele entende e explica as novas situações que o cercam, e estabelece uma nova construção do conhecimento, por meio de suas próprias ações, do prolongamento e conservação de sua história.
Acreditamos que os fundamentos do ensino são sociais e os saberes profissionais são plurais, pois são provenientes de diferentes setores da sociedade como a família, escola, igreja, clubes, sindicatos entre outros, e com vivências em diversos tempos sociais, de acordo com a faixa etária individualizado, pessoal e profissional. Nessa linha de raciocínio acreditamos que a relação do professor com seus próprios saberes são acompanhados de uma relação social exterior ao trabalho docente. No âmbito escolar todos sabem que os saberes profissionais ligados às funções dos professores são pragmáticos, pois os saberes que servem de base ao ensino estão intensamente conectados, tanto ao trabalho educacional quanto à pessoa do trabalhador da educação. Os saberes profissionais ligados às funções dos professores são adquiridos no tempo social e com o tempo social, um saber-fazer reconstruído em função das mudanças das práticas e de situações de trabalho. Em resumo, os professores devem se ver como "práticos reflexivos" capazes de refletir sobre si mesmos e sobre a sua prática educacional e pedagógica.
O professor que fica andando na sala de aula como Gregory e concentrado nas suas idéias não motivam os alunos a aprender. A linguagem corporal apresentada pelo professor demonstra alienação. A professor Rose, num determinado momento, mostra para este professor tradicional que ele deveria se relacionar mais com os alunos para motivá-los. Se observarmos atentamente no filme o professor fica de costas para a sala e se divertindo com as fórmulas como se estivesse conversando com os números no quadro verde. Parece que está dando uma festa só para ele e esquece que os alunos estão ansiosos para debaterem e questionarem junto com o professor. Os alunos deste século querem ser críticos. Num determinado momento no filme a Rose tenta mostrar que para uma aula ser boa o professor deve torná-la descontraída e divertida, mas que para isso ele deve estar em relax consigo mesmo. Tem que estar atento no seu planejamento e tratar dos temas relacionados com a realidade do seu aluno. O professor nos dias atuais tem que inventar algo para tornar o conteúdo interessante, e talvez tenha que ser até um humorista.
Tem uma cena que mostra a professora dando uma aula para um grande número de alunos, e todos bastantes presentes e envolvidos com a ela.
Dessa forma, o espaço da sala de aula deve ser pensado como espaço dinâmico, criativo, colaborativo, que desperta a ação consciente do educando no processo educativo. Vasconcelos (2005, p. 100) afirma que “[...] a ação pedagógica deve procurar a ação consciente, significativa para o educando. Para isso o aluno deve estar intencionalmente atento; ação intencional é síntese da necessidade e do objetivo.” O autor (2005, p. 105) também coloca que a ação do professor em sala de aula deve:
Provocar: colocar o pensamento do educando em movimento, colocar o aluno para refletir, indagar, questionar, provocar situações em que os interesses possam emergir e o aluno possa atuar. Assim, terá condições de
processar as informações.
Dispor: objetos/elementos/situações: dar condições para que o aluno tenha acesso a elementos novos, para possibilitar a elaboração de respostas aos problemas suscitados, ou seja, fornecer subsídios necessários para a aprendizagem. Interagir com representação do sujeito: solicitar expressão acompanhar percurso de construção. Se a capacidade analítica do educando não for muito longe, o professor pode entrar, estabelecendo novas contradições entre a representação sincrética do sujeito e os elementos do objeto não captados pelo sujeito.

Para Gandin e Cruz (2006), a percepção de muitos professores é de que a atividade planejar o ensino se resume apenas a preencher formulários, para atender exigência burocrática. Essa compreensão é resquício da educação brasileira, da década de 1960, que concebia planejamento como receita, modelo único composto por objetivos específicos, conteúdos programáticos, estratégias de ensino, avaliação e bibliografia.
Planejar a aula é olhar para o todo inclusive com a participação interativa do professor com os alunos em todo o momento na sala de aula.

REFERÊNCIAS:
VASCONCELOS, C. dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 11. ed. São Paulo: Libertad, 2007.
GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos, cultural, social, político, religioso e governamental. 14. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007

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